Política
7 de setembro: Defesa de direitos e atos antidemocráticos marcam o clima da data às vésperas da eleição

O último dia 7 de setembro marcou o bicentenário da separação entre o Brasil e Portugal, data conhecida como o Dia da Independência, cujo simbolismo é disputado por todos os lados do espectro político do pais a menos de 30 dias da eleição presidencial.
“200 anos de (In)dependência para quem?”
O “Grito dos Excluídos”, ato realizado em todo o país no dia 7 de setembro desde 1995, como contraponto às comemorações da Independência, saiu às ruas no bicentenário da data com o tema “200 anos de (in)dependência para quem?”.
As manifestações levantam pautas como preconceito, famílias em situação de rua, desemprego, precarização do trabalho, baixa renda, violência policial, ataques aos povos indígenas, ecocídio, feminicídio, violência contra crianças, pessoas idosas e pobres, falta de políticas de assistência social, saúde e educação.
Em São Paulo, em frente à Catedral da Sé, gritos de “Fora Bolsonaro” e manifestações de apoio ao candidato e ex-presidente Lula eram ouvidos enquanto 200 pessoas ligadas a movimentos sociais e de luta por moradia distribuíam cerca de 3 mil kits de alimentos durante toda a manhã.
“Nosso objetivo é matar a fome, não pregar o ódio. A população está com muita fome, diferente do que dizem candidatos, de que não existe fome”, afirmou a cozinheira Maria Conceição Guimarães, 64, da União dos Movimentos por Moradia, ao site UOL.
No Rio de Janeiro, o ato realizou uma passeata com Movimentos sociais e centrais sindicais no centro da capital, aberta por uma faixa com os dizeres “Parem de nos matar”, em referência às vítimas mortas em operações policiais nas favelas da cidade.
No Recife, o ato começou às 8h e o grupo saiu do Parque 13 de Maio às 10h, em caminhada até o prédio da Faculdade de Direito do Recife. Os manifestantes presentes no ato convocado por movimentos sociais, igrejas, centrais sindicais, movimentos estudantis e partidos políticos, pediu por um país justo e democrático, com bandeiras como os direitos dos trabalhadores, da educação pública e dos direitos dos povos indígenas e suas terras. Durante a manifestação, os participantes gritavam e levavam faixas contra o presidente Bolsonaro.
Atos antidemocráticos
Durante o feriado, o atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), participou do desfile oficial e fez aparições públicas em Brasília e no Rio de Janeiro (RJ). Pouco antes de começar o desfile, Bolsonaro foi flagrado pelas câmeras da emissora pública TV Brasil no que parecia ser uma discussão com sua esposa, que estava dentro do carro.
Em seus comícios, Bolsonaro promoveu ataques ao ex-presidente e candidato com maior intenção de voto nas pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – que incluiu falas machistas comparando sua esposa, Michelle Bolsonaro, à atual esposa de Lula – e pedido de votos no pleito que se aproxima.
O momento mais estranho do discurso do candidato incluiu um coro, puxado pelo próprio Bolsonaro – a quem a multidão acompanhou – chamando a si mesmo de “imbrochável” ao lado da primeira-dama.
Acompanhando a fala do candidato e atual mandatário, o público que compareceu à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, carregava faixas com frases de comemoração à independência, dizeres antidemocráticos – razão que levou à abertura do inquérito das fake news. Uma delas, escrita em inglês, pedia que Bolsonaro acione as Forças Armadas para destituir os ministros do Supremo Tribunal Federal, alvo frequente dos apoiadores do presidente. Outras defendiam a “intervenção militar”, o que é PROIBIDO PELA CONSTITUIÇÃO.
O presidente planejou uma aparição à distância, por meio de uma transmissão ao vivo para os participantes do ato realizado na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), para cerca de 32.691 pessoas (segundo estimativa da USP). De acordo com Tomé Abduch, do movimento Nas Ruas, a maioria do público era formada por brancos e de classe média que vestiam verde e amarelo e levaram bandeiras do Brasil.
“Quando nós começamos esse movimento, nós achamos que viriam pra Paulista se manifestar as pessoas mais pobres, as pessoas mais simples. Começamos a mandar carro para a periferia para que muitas pessoas viessem para a Paulista se manifestar e não aparecia ninguém”, afirmou o organizador do ato.
Lá também havia faixas com frases antidemocráticas, em português, inglês e espanhol (castellano), pedindo coisas como “voto impresso auditável e com contagem pública” – afirmação que não tem sentido, visto que as urnas têm sua segurança comprovada e passam por auditoria – e “Queremos limpeza no STF-TSE-Congresso”.
Na Paulista, estavam presentes candidatos bolsonaristas como Tarcísio de Freitas (Republicanos), que concorre ao governo de SP, Marcos Pontes, ex-ministro da Ciência e Tecnologia que tenta uma vaga ao Senado e Carla Zambelli, candidata a deputada federal, entre outros.
Grupos de esquerda também realizaram atos em diversos Estados; em São Paulo, o tradicional ‘Grito dos Excluídos’ promoveu um ato conjunto com os organizadores do ‘Fora Bolsonaro’. Autoridades da segurança pública do Distrito Federal, Brasília e São Paulo, entre outros Estados, criaram esquemas inéditos de policiamento para evitar embates entre os manifestantes, especialmente no transporte público.
No Recife, manifestantes bolsonaristas se reuniram pela manhã e passaram a tarde na Avenida Boa Viagem, à beira-mar do bairro homônimo na zona sul da capital pernambucana. Lá, as roupas e bandeiras verde e amarelas, marca do grupo, também apareceram em peso, junto às faixas com manifestações que atacam diretamente o Estado Democrático de Direito e ferem a Constituição.
Política
Após cirurgia, Lula vai despachar do Alvorada por 4 semanas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será internado na manhã desta sexta-feira (29), em Brasília, para ser submetido a uma cirurgia no lado direito do quadril, em razão de uma artrose na cabeça do fêmur, que é um desgaste na cartilagem que reveste as articulações, o que causa dores e até limitações de movimento.
O procedimento restaurador, chamado de artroplastia do quadril, será realizado no mesmo dia da internação, na unidade do Hospital Sírio-Libanês da capital federal, segundo informou a assessoria do presidente. A cirurgia, com anestesia geral, deve durar algumas horas, e Lula ficará internado no hospital até a terça-feira (3). Não há previsão de que o vice-presidente Geraldo Alckmin assuma a Presidência da República nesse período.
Quando tiver alta do hospital, o presidente vai para o Palácio da Alvorada, residência oficial, de onde também despachará ao longo de 4 semanas, enquanto se recupera totalmente da cirurgia. A assessoria de Lula também informou que o presidente não fará nenhuma viagem no período de 4 a 6 semanas após a cirurgia. O próximo giro internacional do presidente deve ser a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, no fim de novembro, seguida de uma visita à Alemanha, no início de dezembro.
Cirurgia
De acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), o quadril é uma articulação formada por um conjunto de ossos, músculos e ligamentos que unem a pelve (bacia) ao fêmur (coxa), possibilitando a sustentação de peso do corpo e garantindo um caminhar estável e harmônico.
A cirurgia a que Lula será submetido, chamada artroplastia do quadril, substitui a articulação do quadril doente por uma articulação artificial, conhecida como prótese. A articulação desgastada é substituída por componentes metálicos e plásticos, compondo um novo quadril.
Ainda segundo o Into, o procedimento deve proporcionar o alívio da dor provocada pela artrose; a correção de deformidades; e a recuperação do movimento da articulação, promovendo o retorno às atividades diárias e de locomoção, como sentar, andar, subir e descer escadas.
As informações e opiniões são de responsabilidade da Agência Brasil – EBC.
Política
Governo quer pagar compensação de perdas com ICMS até novembro

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse, nesta segunda-feira (25), que o governo pretende pagar até o fim de outubro ou início de novembro a parcela de recursos para compensação das perdas de estados e municípios com a redução das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A medida está prevista no Projeto de Lei Complementar (PLP) 136/23, que está em tramitação no Senado Federal.
Padilha falou com a imprensa após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros de Estado e os líderes do governo no Parlamento para discutir a pauta da semana no Congresso Nacional e os projetos prioritários do Executivo.
A compensação das perdas com o ICMS, imposto administrado pelos estados, ocorre por causa de leis complementares adotadas no ano passado, que limitaram as alíquotas sobre combustíveis, gás natural, energia, telecomunicações e transporte coletivo, impactando na arrecadação dos entes federativos.
O PLP 136/23, enviado pelo Executivo, prevê compensação total de R$ 27 bilhões em razão das mudanças nas alíquotas, que será paga até 2026. O montante foi negociado entre o Ministério da Fazenda e os governos estaduais, e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em junho.
Na semana passada, o governo anunciou que antecipará R$ 10 bilhões, previstos para serem pagos em 2024. Outra medida prevista no projeto é uma compensação aos municípios pela queda, de julho a setembro, nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Desta forma, as prefeituras receberão um adicional de R$ 2,3 bilhões.
Além delas, há ainda a retomada do piso constitucional para investimentos em saúde, congelado com o teto de gastos e restituído pelo novo arcabouço fiscal. O piso de gastos para a saúde requer que o governo destine até R$ 21 bilhões para a área ainda este ano.
“Então, essas três mudanças estão lá no PLP 136/23, que foi aprovado na Câmara dos Deputados, foi para o Senado, e nós vamos trabalhar intensamente junto aos senadores para esse voto o mais rápido possível. Se concluirmos a votação ainda no mês de outubro, vem para a sanção presidencial, e nós podemos, já no final do mês de outubro, no começo de novembro, dar essa ajuda adicional, essa parcela extra de recursos para o Fundo de Participação dos Municípios”, disse Padilha.
Também no Senado estão os projetos para retomada de obras da educação, que inclui a renegociação de dívidas do Funda de Financiamento Estudantil (Fies), e a Medida Provisória do Desenrola, programa especial de renegociação de dívidas de consumidores. A previsão do ministro Padilha é de aprovar os textos como foram aprovados pelos deputados.
Na Câmara, as prioridades, segundo Padilha, são projetos já aprovados no Senado para o barateamento do crédito no país e ampliação de investimentos. Um deles é o Marco Legal das Garantias de Empréstimos e o outro que cria as debêntures de infraestrutura, títulos privados emitidos por concessionárias de serviços públicos. Sobre esse último, o governo vai defender o texto aprovado no Senado, que teve cinco emendas em acordo com o Ministério da Fazenda.
“É um projeto muito importante para destravar, estimular ainda mais investimento no país, nesse momento da retomada do Novo PAC. O Novo PAC tem vários investimentos públicos, mas muitas parcerias com o setor privado, então a avaliação é que esse projeto de lei de debêntures de infraestrutura cria um novo mecanismo para estimular o financiamento de projetos privados para infraestrutura no país. Então, é prioridade do governo que a gente possa concluir a votação na Câmara os Deputados”, disse. “Como também a votação do marco de garantias que reduz o custo do crédito no país, estimula que bancos públicos e privados possam ofertar empréstimos com valores mais baratos para a população”, acrescentou o ministro.
Agenda
Nesta semana, o presidente Lula cumpre agenda em Brasília. Na sexta-feira (29), ele passará por uma cirurgia no quadril, em razão de uma artrose na cabeça do fêmur.
Nesta segunda-feira, o presidente Lula recebeu, em agenda oficial, o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Mihn Chinh. Ao chegar no Palácio do Itamaraty, para a reunião bilateral, o presidente estava usando máscara. Segundo o ministro Padilha, o uso da proteção em eventos públicos é por recomendação médica, para que não haja intercorrências até o procedimento cirúrgico.
A previsão para esta terça-feira (25), são os lançamentos do programa do Complexo Econômico-Industrial da Saúde e do programa Escolas Conectadas. Na quarta-feira (27), Lula anuncia o PAC Seleções, edição do Novo PAC voltada a projetos prioritários apresentados pelos municípios.
Ainda esta semana, o presidente tem pela frente a escolha dos novos nomes para a Procuradoria-Geral da República, no lugar de Augusto Aras, e para o Supremo Tribunal Federal (STF), para ocupar a vaga da ministra Rosa Weber, que se aposenta compulsoriamente.
Segundo Padilha, as substituições na PGR e no STF não foram tratados na reunião desta segunda-feira. Mas o ministro tem defendido que o presidente Lula “tem o tempo dele para essa definição” e não precisa ter exigência em relação ao calendário de encerramento tanto do mandato de Aras, quanto da aposentadoria de Rosa Weber.
O mandato de Aras na PGR termina nesta terça-feira e a vice-procuradora Elizeta Ramos assume o comando do órgão interinamente. No STF, a ministra e atual presidente da Corte também deixará o tribunal nesta semana ao completar 75 anos e se aposentar compulsoriamente.
As informações e opiniões são de responsabilidade da Agência Brasil – EBC.
Política
Para Lula, é possível avançar em parceria entre Vietnã e Mercosul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (25) que Brasil e Vietnã voltaram a discutir um acordo comercial entre o país asiático e o Mercosul – bloco econômico regional sul-americano. “Vou levar o tema aos nossos parceiros do Mercosul, aproveitando a presidência brasileira. Tenho certeza de que é possível avançar”.
A declaração foi feita após o presidente Lula receber visita oficial do primeiro-ministro do Vietnã, Pham Mihn Chinhm no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Esta foi a primeira visita de um alata altoridade vietnamita ao Brasil em 15 anos.
“É do nosso interesse aproximar o Mercosul da ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático]. Os países do sudeste asiático correspondem a quase 6,5% do PIB mundial em paridade de poder de compra. As exportações brasileiras para o conjunto de países do sudeste asiático já somam metade do que exportamos para a União Europeia.”
Ainda segundo Lula, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deve viajar à Indonésia em breve para discutir um plano de ação para a cooperação entre o Brasil e o bloco.
As informações e opiniões são de responsabilidade da Agência Brasil – EBC.
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