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Viações utilizam a medicina do sono para maior segurança viária aos passageiros

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Estudos recentes da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego) indicam que 60% dos acidentes nas estradas e no trânsito são causados por fadiga e sonolência excessiva. Este ano, o movimento Maio Amarelo completa 10 anos e, para ampliar o debate sobre as boas práticas no trânsito, o grupo Guanabara, que atua no transporte rodoviário de passageiros, anuncia a ampliação do programa de medicina do sono para todos os motoristas e colaboradores das cinco empresas a partir deste mês de maio.

Os perigos da sonolência na direção também são apontados por outra pesquisa, realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), apontou que 48% dos motoristas de ônibus de linhas interestaduais dormem enquanto estão dirigindo e que a sonolência ao volante é responsável por 27% a 32% dos acidentes de trânsito. Os resultados indicam ainda que entre 17% e 19% das mortes no trânsito foram causadas pelo mesmo motivo. Um distúrbio do sono muito frequente em motoristas de ônibus é a Síndrome da Apneia do Sono Obstrutiva, diretamente relacionado à idade e ao grau de obesidade encontrado nesta população. Outro fator ligado às causas de acidentes é a sonolência excessiva, que pode ser medida através de um teste específico.

“Em se tratando de profissionais peritos na condução dos passageiros, cuja jornada está responsavelmente controlada e dentro dos limites legais recomendáveis, acredita-se que os distúrbios de sono assumem um protagonismo maior em sinistros ocorridos podendo chegar a 70%”, explica Letícia Pineschi, diretora de comunicação do grupo Guanabara. Além da ampliação do programa para motoristas que transportam os passageiros em todo o Brasil, o grupo realizará uma campanha junto ao passageiro, com mensagens importantes como o uso do cinto de segurança e a escolha do transporte que contribua para a sua segurança.

A primeira empresa de ônibus regular a adotar o procedimento no Grupo Guanabara, foi a UTIL, há mais de dez anos. Depois, foram incorporadas as empresas Sampaio, Brisa, Real Expresso e Rápido Federal. A próxima empresa a ser introduzida no programa é a Expresso Guanabara. Pesquisa interna do grupo revelou que 80% dos motoristas reconheceram o programa de medicina do sono como instrumento de melhoria na qualidade de vida e na prevenção de acidentes e 60% dos tratados avaliam benefícios do programa para a sua vida. 

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O que é a medicina do sono – Muito pouco se fala sobre como funciona o procedimento. O médico especialista, responsável pelo desenvolvimento do programa, Sérgio Barros Vieira, propôs, na época de sua criação, ações preventivas e educativas à sonolência e fadiga excessiva no trabalho dos motoristas com um acompanhamento individual que garantisse um tratamento para aqueles com algum distúrbio do sono (insônia, apneia obstrutiva do sono, privação de sono, paralisia do sono, distúrbios de movimento). Exames como polissonografia completa, teste de latências de múltiplos adormecimentos (TLMA), teste de manutenção da vigília (TMV) avaliam a dinâmica da respiração, a variabilidade cardíaca e a presença de distúrbios de movimento. “Também é possível diagnosticar a sonolência excessiva e, preventivamente, é realizado o TMV com os motoristas que trabalham no período noturno, assim como o TLMA junto aos motoristas que trabalham no período diurno”, complementa o médico. 

A inovação na medicina do sono foi realizada através do teste de manutenção da vigília (TMV). Diferentemente do teste realizado antes de cada jornada de trabalho dos motoristas, o diagnóstico de distúrbios do sono é realizado por todos os motoristas pelo menos uma vez ao ano. O motorista fica sentado em uma cadeira num quarto escuro, conectado a um aparelho de eletroencefalograma (EEG) que mede os impulsos elétricos do cérebro, em 5 séries alternadas de 40 minutos, e 1 hora e 20 minutos de intervalo. O Grupo Guanabara modificou a técnica alterando o período de realização do exame e a duração de cada etapa assim como implementou cinco etapas de gravação do eletroencefalograma para avaliação da resistência e tolerância ao trabalho noturno principalmente os portadores de hipertensão arterial sistêmica ou portadores de Diabetes Mellitus do tipo II.

Para a correta realização dos testes é necessário ainda a instalação de salas de estimulação, ao longo de rotas mapeadas críticas, equipadas com bicicletas para movimentação do profissional e exposição à iluminação para produção de melatonina. No local, também ficam à disposição dos motoristas alimentos que reduzem a sonolência. O processo criado pela Guanabara foi verificado em outras empresas pela Academia Americana de medicina do sono e foi o único programa com métodos dinâmicos do exame de TMV.

Campanhas – Os profissionais responsáveis pela realização do programa de medicina do sono também passam por treinamentos constantes, realizados em parceria com a Polícia Rodoviária Federal abordando outros pontos de equívocos recorrentes causadores de acidentes. Todas as iniciativas pretendem educar para a segurança no trânsito, com mensagens diretas aos condutores que eventualmente reincidam em multas e infrações. Para o passageiro, a Guanabara promoverá campanhas nas rodoviárias das principais capitais e nos pontos de venda de passagens com a distribuição de material gráfico explicando sobre a importância do uso de segurança durante toda a viagem entre outros esclarecimentos como os riscos do transporte irregular ou clandestino. Todas as ações fazem parte da campanha nacional Maio Amarelo.

Outros itens para segurança viária – “A Guanabara tem renovado regularmente a sua frota, que possui a menor vida útil do mercado. E isso também é muito importante para a segurança viária. Todos os ônibus são equipados com tecnologia que evita acidentes como a telemetria para controle da velocidade, monitoramento em tempo real da cabine, controle de tração que controla o veículo e sistema anticapotamento. Diferente do transporte irregular, toda operação obedece a rigorosas e periódicas rotinas de controle e fiscalização, considerando veículos e motoristas”, finaliza Letícia.

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O objetivo final das empresas regulares é atingir maior consciência para redução dos acidentes de trânsito nas estradas, que é dever de todos: empresas, governo, pedestres, ciclistas e motoristas.