Brasil
Projetos jornalísticos recontam a história em perspectiva afrocentrada

O ataque à democracia em 8 de janeiro no Brasil, a invasão ao Capitólio nos Estados Unidos, o assassinato de George Floyd e de mãe Bernadete, e eleição de presidentes declaradamente racistas. Esses fatos recentes, ocorridos no Brasil e nos Estados Unidos, não conseguem ser explicados por uma história de perspectiva branca e elitista. Para entender esses fenômenos é preciso de um olhar afrocentrado para o passado.
A avaliação é do brasileiro Tiago Rogero e da estadunidense Nikole Hannah-Jones, que comandam as produções jornalísticas Projeto Querino e o The 1619 Project, respectivamente. Eles participaram, na manhã desta segunda-feira (18), da abertura do 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, em mesa com o tema Educação antirracista: a voz preta na história. O evento ocorre até esta terça-feira (19), em São Paulo.
O The 1619 Project, lançado em 2019, faz referência ao ano do início da escravidão nos Estados Unidos. “Nenhum aspecto do país que aqui se formaria permaneceu intocado pelos anos de escravidão que se seguiram”, aponta a apresentação do projeto. “Se quiser entender os Estados Unidos não é 1776 [ano da Independência], mas 1619”, destaca Nikole.
Segundo ela, foram os negros americanos que movimentaram as ideias revolucionárias de liberdade, as quais são valores fortemente reivindicados pelos estadunidenses. Nikole questiona o mito de que a democracia foi criada pelo branco, tendo em vista que não se trata de democracia quando se excluem mulheres e negros. “Escravidão e Estados Unidos nasceram no mesmo dia”, disse.
O processo de Independência no Brasil também é recontado numa perspectiva afrocentrada no Projeto Querino. O nome do projeto jornalístico é uma homenagem ao intelectual Manuel Raimundo Querino (1851-1923), jornalista, professor e abolicionista que, em 1918, publicou O colono preto como fator da civilização brasileira, obra que trata do protagonismo dos africanos e dos afrodescendentes para a formação do Brasil.
“Nosso apartheid nunca foi por meio de leis, mas ele está posto. Ynaê [Lopes, historiadora e consultora do Projeto Querino] sempre fala que o Brasil nunca precisou de leis segregacionistas, que a segregação se dá na prática”, disse Rogero.
Ele lembra, como uma das narrativas contadas no podcast, que a primeira Constituição do Brasil definia quem era cidadão e já trazia uma forma de fazer com que as pessoas negras não fossem incluídas. “Ela dizia que o africano, ainda que fosse livre, não poderia se tornar cidadão”, disse. Ele destaca que a Constituição foi imposta. “Tinha uma assembleia montada para fazer a Constituição, Dom Pedro I discordou, dissolveu e impôs”, disse.
Educação antirracista
No Brasil, a Lei 10.639, que incluiu oficialmente nos currículos escolares o ensino de história e cultura afro-brasileiras, completou 20 anos este ano. Duas décadas depois, os desafios permanecem: sete em cada dez secretarias municipais de Educação não realizaram nenhuma ação ou poucas ações para implementação da lei, aponta pesquisa divulgada, em maio deste ano, pelo Instituto Alana e Geledés Instituto da Mulher Negra.
“A lei é fruto da luta histórica do movimento negro para que a história do Brasil seja entendida de maneira mais diversa, mas a lei está lutando contra uma longa história. A fundação da ideia de Brasil se faz em cima de uma ideia que é majoritariamente branca, ou preferencialmente branca. E essa é uma escolha que é reiterada ao longo da história pelo Estado Nacional brasileiro”, aponta Ynaê Lopes, professora de História da Universidade Federal Fluminense e consultora em História do Projeto Querino.
Ela lembra que a consequência de não avançar com perspectivas mais diversas da história do país resultam na manutenção do racismo.
“A educação, infelizmente, foi a ferramenta mais importante para que isso acontecesse. Quando a gente não revisita a maneira como a gente aprende, mantém-se esse status quo, e esse status quo é racista propositalmente. A gente acha que sempre foi assim e sempre tem que ser, mas não, o racismo é uma escolha cotidiana”, disse.
Ao mesmo tempo, ela lembra que jornalismo e educação podem ser potentes ferramentas antirracistas.
Jeduca
A programação do 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, promovido pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), segue até esta terça-feira. Entre os temas a serem debatidos, ataques às escolas, tecnologia, novo ensino médio e educação midiática. O evento tem como tema central o papel da educação na transformação da sociedade e as relações entre o jornalismo de educação.
As informações e opiniões são de responsabilidade da Agência Brasil – EBC.
Brasil
Governo investe em dragagem de rios no Amazonas e em Rondônia

Os ministérios dos Transportes e de Portos e Aeroportos vão destinar cerca de R$ 140 milhões para dragagem nos rios Madeira e Solimões. Ambos são importantes vias fluviais de escoamento de cargas e produtos da região, inclusive a Zona Franca de Manaus, e de transporte de pessoas.
A dragagem de um rio consiste em remover sedimentos e resíduos decantados no fundo, que reduzem sua profundidade e prejudicando a navegabilidade. Ao dragar um rio ou outro corpo d’água, a profundidade é ampliada, facilitando o trânsito de embarcações.
Os ministros das duas pastas, Renan Filho (Transportes) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) assinaram nesta terça-feira (26) a ordem de serviço que autoriza a dragagem trecho de oito quilômetros do Rio Solimões, entre Tabatinga e Benjamin Constant, no extremo Oeste do Amazonas.
A intenção, segundo o governo, é combater o risco de desabastecimento da população local e reduzir os impactos econômicos da seca registrada nos estados do Amazonas e Rondônia. “Não são os rios inteiros que estão assoreados, impedindo a navegação. O que existe são pontos críticos que precisam ser removidos para as embarcações passarem e garantir o escoamento da produção e a chegada de insumos”, afirmou Renan Filho.
As obras estão previstas para começar ainda nesta semana e devem durar 45 dias.
Uma segunda ordem de serviço será assinada em até duas semanas, prevendo a autorização da dragagem de dois pontos críticos de navegação no rio Madeira, na região do Tabocal, próxima à capital Manaus, e na foz do rio, em Itacoatiara. O recurso reservado para essa ação é de cerca de R$ 100 milhões.
As informações e opiniões são de responsabilidade da Agência Brasil – EBC.
Brasil
Falha em parques eólicos e solares no CE causou apagão de agosto

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontou que a principal causa para o apagão ocorrido no Brasil no dia 15 de agosto foi uma falha no desempenho de equipamentos de parques eólicos e solares, localizados próximos à linha de transmissão Quixadá – Fortaleza II, no Ceará. Na ocasião, cerca de 29 milhões de brasileiros em quase todo o país ficaram sem energia.
De acordo com relatório, divulgado nesta terça-feira (26) pelo órgão, os equipamentos responsáveis pelo controle de tensão funcionaram abaixo do ideal.
“A análise da perturbação permitiu constatar que o desempenho dos controles em campo, de usinas eólicas e solares, em especial no que tange à capacidade de suporte dinâmico de potência reativa, foi muito aquém dos modelos matemáticos fornecidos pelos agentes e representados na base de dados oficial de transitórios eletromecânicos”, diz o relatório do ONS divulgado nesta terça-feira (26).
O operador informa que a diferença entre o desempenho dos equipamentos e as simulações “não permitiu ao ONS identificar os riscos relacionados ao cenário operativo pré-distúrbio”, que provocou a queda de energia.
Com a divulgação do documento, chamado de Relatório de Análise de Perturbação (RAP), agentes do sistema elétrico poderão manifestar-se. O relatório será finalizado até o dia 17 de outubro.
Relembre o caso
O blecaute afetou 25 estados e o Distrito Federal. A interrupção começou às 8h30 do dia 15 de agosto, com queda no fornecimento de 19 mil megawatts, cerca de 27% da carga total (73 mil MW) naquele horário.
Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste o serviço foi restabelecido quase que integralmente em menos de uma hora. Já na Região Nordeste, a recuperação demorou mais. Foram necessárias três horas para restabelecer apenas 70% da carga afetada. O impacto foi ainda maior na Região Norte, com recuperação da carga em cerca de sete horas.
As informações e opiniões são de responsabilidade da Agência Brasil – EBC.
Brasil
Mega-Sena acumula; prêmio chega a R$ 5,2 milhões

Nenhuma aposta acertou as seis dezenas do prêmio da faixa principal do concurso 2.637 da Mega-Sena. O sorteio foi realizado na noite desta terça-feira (26), no Espaço da Sorte, na cidade de São Paulo.
Os números sorteados são os seguintes: 01 – 02 – 10 – 32 –34 – 59.
O prêmio acumulado está estimado em R$ 5,2 milhões. O sorteio do concurso 2.638 será realizado nesta quinta-feira (28), às 20h (horário de Brasília).
A quina teve 36 acertadores, cada um vai receber R$ 35.309,01. Já a quadra registrou 3.112 apostas vencedoras, cada ganhador vai receber um prêmio de R$ 583,51.
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.
As informações e opiniões são de responsabilidade da Agência Brasil – EBC.
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