Política
Tarcísio de Freitas é eleito governador de São Paulo

O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), 47, foi eleito neste domingo (30) o novo governador do estado de São Paulo, derrotando Fernando Haddad (PT) e pondo fim aos quase 30 anos de hegemonia do PSDB no Palácio dos Bandeirantes.
Com 95,04% das urnas apuradas, Tarcísio obteve 55,3% dos votos válidos, ante 44,7% de Haddad. Com esse estágio de apuração, o TSE declarou eleito o político do Republicanos.
A candidatura de Tarcísio foi patrocinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que designou seu auxiliar na pasta da Infraestrutura para concorrer em São Paulo, apesar de o ex-ministro ter nascido no Rio de Janeiro e vivido em Brasília.
A vitória inaugura uma experiência inédita do bolsonarismo à frente do estado mais rico e mais populoso do país. O vice-governador eleito, Felicio Ramuth (PSD), é ex-prefeito de São José dos Campos (SP).
O novo governador terá ampla maioria na Assembleia Legislativa de São Paulo —os partidos que o apoiam somam 63 das 94 cadeiras da Casa.
Tarcísio foi eleito neste domingo em meio ao andamento da investigação a respeito de um tiroteio que interrompeu sua agenda em Paraisópolis, no último dia 17, no qual uma pessoa morreu. A Folha revelou que um membro da equipe de Tarcísio mandou um cinegrafista apagar imagens do confronto. Haddad explorou o tema, afirmando tratar-se de dificultar a apuração da polícia.
Tarcísio deve seguir em parte a cartilha bolsonarista
Aliados do governador eleito ouvidos pela reportagem dizem acreditar que, mesmo sob uma eventual Presidência de Bolsonaro, Tarcísio faria um governo independente: ou seja, sem subordinação ao político do PL, mas alinhado a ele. A expectativa é que Tarcísio conduza uma gestão comprometida com a direita e com o conservadorismo, acenando para a base que o elegeu.
Quem é Tarcísio de Freitas
Apesar de apresentar-se como técnico e não encampar todas as teses do bolsonarismo, como a de fraude nas urnas, por exemplo, Tarcísio apresentou planos que seguiam a cartilha ideológica. Chegou a afirmar que irá rever as câmeras de policiais, privatizar a Sabesp, desobrigar a vacinação de servidores e de crianças, extinguir a Secretaria de Segurança e trabalhar pela redução da maioridade penal.
Ele acabou voltando atrás em algumas medidas, como no caso das câmeras e da extinção da secretaria, após repercussão negativa. Em relação à Sabesp, afirma que só venderá a empresa se isso não tornar a conta de água mais cara.
Ainda de acordo com o entorno de Tarcísio, o ex-ministro deve atender indicações dos partidos de sua aliança para preencher o governo, mas levará em conta o currículo de cada um. Ele procurou afastar especulações de que bolsonaristas e nomes polêmicos que estiveram próximos dele na campanha iriam ocupar seu secretariado.
Além de Bolsonaro, Gilberto Kassab, presidente do PSD, foi um patrocinador político de Tarcísio. O governador eleito também se ancorou no centrão, com Republicanos, PL e PP. No segundo turno, obteve adesão do PSDB, MDB, União Brasil, Podemos e outras siglas. O governador Rodrigo Garcia (PSDB), que não passou para o segundo turno, deu seu apoio pessoal a Tarcísio e Bolsonaro.
Na primeira etapa da votação, o bolsonarista teve 42,32% dos votos válidos; o petista, 35,7%, e o tucano, 18,4%.
Na campanha, Tarcísio chegou a citar possíveis nomes do seu secretariado, como o ex-secretário Guilherme Afif (PSD), o ex-deputado e ex-presidente da Associação Médica Brasileira Eleuses Paiva (PSD) na Saúde; a deputada federal Rosana Valle (PL-SP) em uma pasta de Mulheres; o economista Samuel Kinoshita e Rafael Benini, que foi diretor da Artesp.
Tarcísio é oficial do exército e analista da câmara dos deputados
Tarcísio é oficial do Exército formado pela Aman (Academia Militar de Agulhas Negras) e serviu na missão de paz no Haiti. É graduado em engenharia civil e tem mestrado em engenharia de transportes pelo Instituto Militar de Engenharia.
Foi diretor-executivo e diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no governo de Dilma Rousseff (PT). Depois, atuou como secretário do Programa de Parceria de Investimentos, durante os governos Dilma e Michel Temer (MDB).
Antes do Dnit, Tarcísio passou pela pela CGU (Controladoria-Geral da União), onde foi assessor da direção de auditoria e, depois, coordenador de auditoria.
Até hoje, ele compõe o quadro de servidores da Câmara dos Deputados como analista legislativo e, durante a campanha eleitoral, recebeu salário mensal de R$ 31,7 mil.
Em outubro de 2021, Tarcísio mudou seu domicílio eleitoral para São José dos Campos (SP). No primeiro turno, viralizou nas redes sociais uma entrevista em que ele não sabia indicar seu local de votação na cidade. Como mostrou a Folha, o ex-ministro não morava no endereço indicado como seu domicílio: um apartamento que alugou do próprio cunhado.
A última semana foi de reveses para Tarcísio, depois dos recuos nas propostas e dos desdobramentos do caso Paraisópolis, que inicialmente foi explorado por ele como atentado político —tese não corroborada pela investigação.
Vitória de Tarcísio mostra força do antipetismo no interior de São Paulo
A vitória nas urnas foi reflexo da força do antipetismo em São Paulo, sobretudo no interior, onde Tarcísio teve vantagem. Haddad chegou a diminuir a diferença em relação ao rival na reta final, mas não era considerado favorito —foi o candidato com rejeição mais alta em todo o pleito, segundo o Datafolha.
A eleição contou com patrocínio de doadores privados, sobretudo empresários, que doaram R$ 19,7 milhões dos R$ 38,6 milhões arrecadados pela campanha. Os partidos contribuíram com R$ 18,7 milhões de verba pública.
A campanha de Tarcísio foi colada na de Bolsonaro. O ex-ministro acompanhou o presidente em motociatas e cultos evangélicos, além de defendê-lo em debates nacionalizados com Haddad.
Tarcísio, que é católico, foi elogiado em eventos com pastores no segundo turno como um “governador que prega”. Ele costuma falar sobre Moisés, Davi e Samuel para exaltar Bolsonaro e conta uma parábola bíblica para chamar Lula de corrupto.
O novo governador se apresentou com um perfil técnico e como um ministro de Infraestrutura entregador de obras e concessões.
No entanto, levantamentos feitos pela Folha mostram que os investimentos da pasta caíram em relação a gestões anteriores, e Tarcísio fez entregas tímidas em São Paulo se comparadas a outros estados.
Nesse contexto, Tarcísio apostou nas concessões —ressaltou ao menos duas delas, a do porto de Santos e da rodovia Presidente Dutra. O então ministro foi apelidado de “Thorcízio” por aliados, uma alusão à força com que usa o martelo durante leilões de ativos públicos.
Já a alcunha de “Tarcisão do Asfalto” foi bastante questionada por seus adversários. Em São Paulo, ele entregou apenas 17,8 km de asfalto novo. A única obra foi a duplicação de um trecho da BR 153 na região de São José do Rio Preto (a 437 km da capital), que custou R$ 268,5 milhões e o contrato fora assinado no governo Dilma.
A razão para isso, segundo ele, é que a malha viária paulista sob a administração do Dnit, vinculado ao Ministério de Infraestrutura, é de somente 53,2 km. O restante foi concedido à iniciativa privada.
Política
Sob protestos, deputados paulistas autorizam venda da Sabesp

Foi aprovado nesta quarta-feira (6), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o Projeto de Lei 1.501/2023 que autoriza o governo do estado a negociar a participação acionária do Executivo na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Foram 62 votos favoráveis e um voto contrário. Todos os deputados de oposição se retiraram do plenário e não participaram da votação. O parlamento paulista tem 94 membros.
A votação foi marcada por protestos de trabalhadores da companhia e organizações da sociedade civil que são contrários à privatização da empresa. A votação chegou a ser suspensa e a galeria do plenário foi esvaziada. De acordo com a assessoria de comunicação da Alesp, isso ocorreu “após uma parte dos manifestantes comprometer a segurança e entrar em confronto com a Polícia Militar”. A discussão da proposta foi retomada em seguida.
Absurdo. PM de Tarcísio joga bomba de gás na Alesp, violência injustificável contra os manifestantes que protestam contra a privatização da Sabesp. #sabeps #NaoAPrivatizacaoDaSABESP pic.twitter.com/UD5Ki07WP4
— Deputado Maurici (@deputadomaurici) December 6, 2023
O deputado estadual Maurici informou à Agência Brasil que quatro manifestantes foram detidos e levados ao 26º Distrito Policial (DP), no Campo Belo, onde apoiadores protestam em frente ao local com palavras de ordem que questionam a detenção como uma prisão política. Cinco manifestantes tiveram ferimentos na cabeça, foram atendidos pelo serviço de saúde e liberados.
“Estamos em vigília em frente ao DP e ficaremos aqui, convocando a população, até que todos sejam soltos. Afinal, lutar contra a privatização da água não é crime”, declarou Marcelo Viola, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do estado de São Paulo (Sintaema) e membro do Movimento Luta de Classes.
Em nota, publicada no site do governo do estado, Tarcísio de Freitas disse que a privatização é um grande avanço para o estado. “Ele ajudará a construir um legado de universalização do saneamento, de despoluição de mananciais, de aumento da disponibilidade hídrica e de saúde para todos”, afirmou. Após a aprovação, o documento vai à sanção do governador e será publicado no Diário Oficial do Estado.
Sabesp: manifestantes fazem vigília na madrugada desta quinta-feira (7) pela soltura dos presos em protesto na Alesp. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Sobre a autorização para a venda da estatal, Viola aponta que o movimento seguirá mobilizado e pede que a população seja ouvida. “Segundo a última pesquisa da Datafolha, mais de 50% da população é contra as privatizações no estado de São Paulo. Nós seguiremos lutando pelo interesse da maioria do povo, que é numa sociedade democrática, quem deveria ter direito de escolher os rumos do patrimônio publico. Vamos seguir diálogo com a população nos bairros, postos de trabalho, para denunciar esse crime que foi cometido hoje e lutar pelo direito de ter acesso a água e saneamento básico de qualidade.”
Justiça
Uma Ação Civil Pública, movida por deputados e vereadores do PT em São Paulo, questiona na Justiça o parecer que autoriza a venda da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O processo pede a nulidade do contrato firmado entre o governo estadual e a International Finance Corporation (IFC), instituição membro do Grupo Banco Mundial, que foi responsável pelo estudo técnico que deu parecer favorável à privatização da companhia.
Os autores da denúncia na Justiça são o deputado federal Kiko Celeguim, o deputado estadual Maurici e o vereador da capital paulista Hélio Rodrigues. Maurici explica que, entre os pontos questionados, está a inexigibilidade de licitação por notória especialização, tendo em vista que a IFC terceirizou uma das etapas do estudo.
A ação questiona ainda o fato de que as demais fases para avançar no contrato dependem de uma constatação do benefício da privatização. “A IFC recebe cerca R$ 8 milhões se concluir pela desnecessidade de privatização na ‘Fase 0’ dos trabalhos, mas poderá receber R$ 45 milhões se for favorável à medida, prosseguindo com os trabalhos das Fases 1 e 2. Ou seja, pelo modelo do contrato firmado, é mais vantajoso economicamente para a consultora concluir pela vantagem da desestatização da Sabesp”, diz o texto.
O processo trata ainda de um possível conflito de interesse entre a IFC e a Sabesp, tendo em vista que a consultora é também credora da estatal.
A Agência Brasil solicitou posicionamento à IFC, à Sabesp e ao governo do estado e aguarda manifestação.
As informações e opiniões são de responsabilidade da Agência Brasil – EBC.
Política
Projeto viabiliza hemodiálise em doentes renais em trânsito

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (7) o Projeto de Lei 4581/20, que permite a pacientes com doenças renais crônicas realizar hemodiálise em outras localidades quando estiverem em trânsito. O procedimento deve ser realizado em clínicas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O texto será enviado ao Senado para apreciação.
O projeto concede prazo de 60 dias para que as clínicas de tratamento de hemodiálise particulares ou conveniadas se ajustem à nova rotina. A proposta aprovada prevê as seguintes medidas:
– para usufruir do direito, o paciente deve apresentar carteira informando possuir doença renal crônica, para que seja agendada a sessão no mesmo dia ou no dia seguinte;
– as secretarias de saúde devem regulamentar e emitir essas carteiras;
– o paciente também poderá agendar a sessão em trânsito por telefone, com antecedência mínima de 72 horas;
– a clínica de hemodiálise deve procurar a clínica de origem do paciente para obter informações acerca do método utilizado nas sessões;
– a infração a qualquer dispositivo da lei será punida com pena prevista para o crime de omissão de socorro, além do descredenciamento da clínica ao SUS.
* Com informações da Agência Câmara
As informações e opiniões são de responsabilidade da Agência Brasil – EBC.
Política
Lula mostra “crescente preocupação” com crise entre Guiana e Venezuela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (7), que está acompanhando com “crescente preocupação” a situação em Equessibo, território em disputa por Venezuela e Guiana, que faz também fronteira com o norte do Brasil. No último domingo (3), a Venezuela aprovou um referendo que torna a região parte do país. Há dois dias, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, determinou a criação de um estado na área disputada.
A preocupação do presidente Lula foi manifestada durante a abertura de reunião de cúpula dos países membros do Mercosul, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
“O Mercosul não pode ficar alheio a essa situação”, disse, ao pedir o apoio dos colegas sul-americanos a uma minuta acordada pelos chanceleres do bloco regional.
“Não queremos que esse tema contamine a retomada do processo de integração regional ou constitua ameaça à paz e estabilidade”.
Lula defendeu que a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) sejam utilizadas para o encaminhamento pacífico da questão. O presidente brasileiro colocou o país à disposição para sediar “quantas reuniões forem necessárias” entre as partes envolvidas. A Venezuela é membro do Mercosul, mas está suspensa.
“Vamos tratar com muito carinho porque uma coisa que não queremos aqui na América do Sul é guerra”, enfatizou Lula. “Nós não precisamos de guerra, não precisamos de conflito. Nós precisamos é construir a paz”, completou.
Argentina
Além do mandatário brasileiro estão presentes no encontro o presidente Luis Lacalle Pou, do Uruguai; Santiago Peña, do Paraguai; e Alberto Fernández, da Argentina, que deixará o cargo dentro de três dias. Ele será substituído por Javier Milei, que fez campanha se mostrando crítico ao Mercosul.
Lula se disse triste pela última participação de Fernández como um dos presidentes do Mercosul. O presidente salientou que é amigo do argentino.
“Sei o papel importante que você jogou nesse seu período de governo. Lamentavelmente, eu acho que você merecia melhor sorte, a economia merecia melhor sorte, mas aconteceu o infortúnio da pandemia e de uma seca”, lamentou.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, também está no Rio de Janeiro. O encontro do Mercosul sela a adesão do país andino ao bloco regional, faltando apenas procedimentos internos bolivianos.
“Estamos nos aproximando, efetivamente, de realizar um sonho da integração entre Atlântico e Pacífico”, disse Lula, adiantando que será apresentado um programa de ligação logística dos países, com estruturação de rodovias, ferrovias, hidrovias e aeroportos. O BNDES ajudará a financiar o projeto.
Singapura
O presidente classificou como um passo importante a assinatura de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e Singapura. É o primeiro acordo do tipo do Mercosul em 11 anos e o primeiro com um país asiático.
“O acordo tem o potencial de estimular a atração de investimento”, ressaltou Lula, acrescentando que, em 2022, Singapura foi o 11º maior investidor global.
União Europeia
Havia a expectativa para o anúncio da assinatura de um tratado de comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE). As negociações tinham sido aceleradas nas últimas semanas. Mas no sábado (2), durante a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente da França, Emmanuel Macron, manifestou contrariedade aos termos.
Lula afirmou que sonhava com a assinatura do tratado. “Nunca na história do Mercosul se conversou com tanta gente”, disse. “Fiz um apelo ao Macron para ele deixar de ser tão protecionista”. O presidente citou que pediu até ajuda do primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, para tentar convencer o francês.
Lula explicou ainda que a versão do acordo herdada do governo passado era “inaceitável”. “Nos tratava como se fôssemos seres inferiores. Como se fôssemos país colonizado ainda”. O presidente citou como exemplo questões ligadas às compras governamentais. “Não dá para a gente abrir como eles queriam que a gente abrisse”, declarou.
“As resistências da Europa ainda são muito grandes. Eu estranho a falta de flexibilidade de eles entenderem que nós ainda temos muita coisa para crescer, temos o dever de nos industrializar”.
O próximo país a assumir a presidência pro tempore por 6 meses é o Paraguai. Lula incentivou o presidente paraguaio a não desistir e brigar pelo acordo.
Outra crítica de Lula à UE é a dificuldade de os europeus reconhecerem a credibilidade de dados sul-americanos sobre desmatamento. “Nós tratamos a questão ambiental com muita seriedade. Tenho compromisso público de que vamos chegar em 2030 com desmatamento zero”, prometeu o presidente. De acordo com Lula, o Brasil reduziu o desmatamento pela metade este ano. Ele lembrou ainda que a COP30, em 2025, será realizada em Belém, no Pará.
Itamaraty
Já após o discurso do presidente Lula, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro divulgou o comunicado conjunto Mercosul-União Europeia. O texto diz que as duas partes “estão engajadas em discussões construtivas com vistas a finalizar as questões pendentes”.
A nota acrescenta que houve avanços consideráveis nos últimos meses. “Com base nos avanços efetuados até a presente data nas negociações, ambas as partes esperam alcançar rapidamente um acordo que corresponda à natureza estratégica dos laços que as vinculam e à contribuição crucial que podem oferecer para enfrentar os desafios globais em áreas como o desenvolvimento sustentável, a redução das desigualdades e o multilateralismo”, diz o texto.
Participação social
A reunião entre os presidentes dos países do Cone Sul foi precedida pela retomada da Cúpula Social, que não acontecia de forma presencial havia 7 anos. Movimentos da sociedade civil tiveram dois dias de encontros no Museu do Amanhã e elaboraram uma carta que foi entregue aos líderes. No documento, há sugestões e demandas sociais como defesa do meio ambiente, combate à fome, dignidade para trabalhadores e políticas de direitos humanos.
“Essa gente representa o que a gente tem de vivo na nossa sociedade e vão nos ajudar”, declarou.
Regulamentação das redes
Lula sugeriu aos demais presidentes a criação de uma comissão especial para discutir democracia, informação e ambientes digitais. Para ele, o assunto precisa ser tratado globalmente.
Precisamos estar sempre atento às novas ameaças e atualizar nossos mecanismos de regulação. Vamos nos equipar para garantir o direito de liberdade de expressão ao mesmo tempo que coibimos o discurso de ódio, a desinformação e as práticas abusivas das grandes empresas de tecnologia”.
Mercosul
O Mercosul é um processo de integração regional iniciado em 1991, formado inicialmente pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Nas décadas seguintes foram aprovados os ingressos da Venezuela e Bolívia. Desde 2017, a Venezuela está suspensa pelo não cumprimento de cláusulas democráticas do bloco. São países associados Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.
As trocas comerciais dentro do bloco multiplicaram-se mais de dez vezes desde sua criação, saltando de US$ 4,5 bilhões para US$ 46 bilhões em 2022.
O bloco abrange uma área de 14.869.775 quilômetros quadrados – o Brasil detém 57% – e uma população de 295 milhões de habitantes, sendo mais de 200 milhões de brasileiros.
Texto ampliado às 17h06 para inclusão de nota do Itamaraty
As informações e opiniões são de responsabilidade da Agência Brasil – EBC.
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