De luto pela tragédia no Flamengo, Jornal Nacional reafirma a importância do jornalismo em editorial
“Um incêndio mata 10 adolescentes nas categorias de base do Flamengo”. Essa foi a primeira frase da escalada da edição da sexta-feira (8) do Jornal Nacional. Objetiva, como recomenda o jornalismo. Mas a sequência dos fatos elencados na abertura já mostrava que a dimensão do acontecido no Ninho do Urubu vai muito além do triste número de óbitos.
O telejornal ainda explicaria, por exemplo, “quem eram os jovens que perderam as vidas no início de carreiras promissoras no futebol, as investigações das autoridades e como o luto tomou o Brasil e o mundo do esporte”.
Durante a tarde, vários boletins já haviam sido apresentados por Rodrigo Bocardi, expediente que continuou após o JN com Renata Lo Prete. Um deles interrompeu a programação, tal qual havia acontecido na sexta-feira anterior, para mostrar imagens exclusivas da tragédia. Uma semana antes, o momento exato do rompimento da barragem em Brumadinho. Agora, as chamas consumindo o Centro de Treinamento do Flamengo.
As cenas das câmeras de segurança da área externa foram conseguidas pelo produtor Leslie Leitão e dão a dimensão da cortina de fumaça que se instalou na área rapidamente.
- Ex-jogadores e jornalistas choram durante a cobertura do incêndio no Ninho do Urubu
- #ForçaFlamengo mobiliza também as emissoras, que se posicionam em solidariedade
- Nas redes sociais, famosos lamentaram a tragédia da sexta-feira no Rio de Janeiro
O JN foi firme no tom denuncista de cobrança, mas também emocionou. Matéria de Pedro Bassan registrou a mesma observação feita mais cedo por O Canal: a tragédia foi nacional, afetando jovens vindos de diferentes locais do país. Apenas os melhores, como as escalações de alguns deles para a Seleção Brasileira comprovam. “Uma elite talentosa, garimpada cuidadosamente”, descreveu o repórter.
E um editorial ao fim da edição resumiu as duas últimas semanas em que a lama, a água e o fogo abalaram sucessivamente o Brasil. “Primeiro os 157 mortos e 165 desaparecidos em Brumadinho, em seguida o temporal fortíssimo que deixou 6 mortos no Rio de Janeiro e hoje este incêndio, que provocou a morte de 10 atletas tão jovens do Flamengo”, iniciou Rodrigo Bocardi.
Renata Vasconcellos prosseguiu: “em dias assim, o jornalismo fica mais importante. Deve trazer todas as informações com equilíbrio e cobrar os responsáveis para evitar que tragédias assim se repitam. E reafirmar sempre a nossa solidariedade às famílias das vítimas. Esse é o nosso esforço, esse é o nosso compromisso”. Como sinal de luto, o telejornal foi encerrado em silêncio.
Final especial do Jornal Nacional de hoje. Muito triste! ?#JN #JornalNacional | @rodrigobocardi pic.twitter.com/XrsvYu57fm
— Ricko · Luiz Ricardo ?? (@excentricko) 8 de fevereiro de 2019
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