Novelas
Como o streaming mudou o jeito de assistir TV no Brasil
Em meio a um mundo agitado e marcado cada vez mais pela agilidade e pela falta de tempo, os serviços de streaming emergiram. Apresentando-se como opção às formas de consumo de conteúdo convencionais, não demorou muito para se popularizarem e ganharem não apenas adeptos, como defensores fervorosos. Netflix, Globoplay, Amazon… Até grandes estúdios, como a Disney, viram o potencial que existia ali e começaram a investir na criação de um serviço.
É bem fácil entender o fenômeno: O espectador pode, finalmente, fazer seu próprio horário. Não precisa mais redefinir seu cronograma porque o filme que quer assistir será exibido apenas naquele momento, nem remarcar um compromisso para não perder o novo episódio de sua série favorita – em alguns casos, nem esperar quase uma semana para saber como se dará a continuação do mesmo. Se antes, mesmo com o controle às mãos, a sensação que se passava era a de amarras invisíveis nos segurando a programação, agora é o inverso.
Cada um é dono de si, do seu tempo e consegue otimizá-lo da melhor forma possível para adequá-lo ao consumo de produtos audiovisuais, A grande discussão a se levantar é: Qual é o futuro da TV aberta e da TV fechada? É possível que, em um futuro não tão distante assim, estas emissoras adotem o modelo do streaming ao não produzir conteúdos com horário fixo? Salvam-se, aqui, os programas noticiosos, esportivos ou reality shows, que tem sua base fixada no que acontece ao vivo e que não podem sofrer tal rotatividade.
Já no que tange a produção de novelas e outros conteúdo de entretenimento, a ausência do imediatismo aponta para esse caminho. Não existe nada que segure esse tipo de programa a um horário pré definido (inclusive é cada vez mais visível que muita gente está deixando de ver a novela ao vivo para assistir ao capítulo na Globoplay, no caso da Rede Globo) e testar um novo formato é algo compreensível.
O problema é que tal mudança esbarraria justamente na tradição que o brasileiro já possui com a telenovela. Produto intríseco à nossa história, é complicado – talvez impossível – imaginar o telespectador médio deixando de sentar-se ao sofá no final da noite, ligando a TV em uma novela, para deixar acumular para ver depois por outros meios.
É uma guerra fria, entre o novo e o velho, que está longe de acabar – e de ter vencedor definido.
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