Por que o Cinema Nacional não apresenta resultados
Existe uma máxima difundida pelos quatro cantos do país: A de que “filme nacional não presta”. É claro que existem os ferrenhos defensores de nossas produções, que ao ouvir tal afirmação se colocam em defensa das mesmas, mas não é preciso fazer um estudo interpretativo para perceber que muita, mas muita gente compartilha de fato dessa opinião, que sim, carrega consigo uma boa dose de desconhecimento e, principalmente, de falta de vontade.
Esse tipo de comportamento é uma consequência da enxurrada de filmes de comédia lançados anualmente. Se a pessoa tem o costume de passar pelo cinema sempre que vai a um shopping, por exemplo, e olhar os filmes em cartaz e as propagandas dos que estão por vi, dificilmente ela não verá uma comédia brasileira ali – mas muito, muito raramente ela verá algum exemplar de filme brasileiro de outro gênero.
O que não quer dizer, em momento algum, que eles não estão sendo produzidos e não sejam bons. Eles existem e são ótimos, mas com raras exceções, suas divulgações ficam restritas a festivais e pequenas sessões. Nos últimos anos, tivemos casos como “Boa Sorte”, “Gabriel e a Montanha”, “Corpo Elétrico”, ótimas – e elogiadas – produções, mas que são total ou quase que completamente desconhecidas fora do público dito mais “cult”.
Existem aqueles filmes de meio termo, como “O Som ao Redor”, “Acquarius”, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho” e “Que Horas Ela Volta?”, que conseguem um pouco mais de destaque graças ao seu destaque internacional, mas que ainda assim, não conseguem tanto destaque quanto as comédias de grande alcance – que, vejam bem, não são ruins. Existem ótimos exemplares, como “TOC – Transtornada, Obsessiva e Compulsiva” e o clássico “Se Eu Fosse Você”. O problema é quando esses filmes ganham um incentivo e uma divulgação bem maior do que a de outros que “fogem” desse estilo. Mesmo as chamadas comédias românticas, como o excelente “Ponte Aérea”, não conseguem tanto destaque.
Na história do nosso cinema, existem filmes profundos e excepcionais que conseguiram seu lugar ao sol sozinhos, como os clássicos “Olga”, “Central do Brasil” e “Cidade de Deus”. Por que, então, continua existindo essa ideia de que nossas produções são ruins? Não, elas não são.
Só precisam ser encontradas.
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