Em 2015, matéria da Rede Minas já havia denunciado riscos da barragem em Brumadinho
Após a tragédia de 2015 em Mariana, a Rede Minas, emissora pública do estado, produziu uma reportagem sobre os riscos existentes de um novo desastre em Brumadinho. A matéria de Carlos Augusto Soares ouviu moradores e especialistas sobre o que então era uma temida possibilidade.
“Só aqui na área de Brumadinho, são sete barragens de rejeitos. De acordo com os ambientalistas, elas representam uma ameaça para o ecossistema e para a população”, alertou. A reportagem destacou a importância do rio Paraopeba, hoje tomado pela lama, registrado como um dos principais afluentes do São Francisco ao longo de seus 546 quilômetros de extensão.
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O VT prosseguia: “qualquer acidente aqui comprometeria o abastecimento”. E versava também sobre a perigosa proximidade entre a barragem e a comunidade do Córrego do Feijão.
Wilson Ferreira, um aposentado morador do povoado, já apontava na época que o maior temor das pessoas era com a barragem da Vale. “É muito grande, tem muito rejeito”, observou.
O risco permanece em outras cidades mineiras, com a temática sendo repetida depois do desastre de 2019. Um dos maiores temores é com a gigantesca barragem localizada em Congonhas, que também esteve na matéria de 2015 da Rede Minas. O Fantástico do último domingo (3) igualmente mostrou o medo que toma conta do município, distante apenas 80 quilômetros de Belo Horizonte. Ernesto Paglia relatou que 550 famílias vivem numa região muito próxima, que seria a mais rapidamente devastada em caso de uma terceira tragédia.
A Rede Minas atualmente enfrenta severos cortes com a nova gestão do governo mineiro, tendo tido vários funcionários demitidos no início do ano. Alguns foram recontratados, mas apenas para evitar a saída do ar. O enxugamento dificulta a realização de novas denúncias diante de riscos como o de Brumadinho, que chegou a render até uma dissertação.
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