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Com forte bancada evangélica, Governo pode censurar programas e novelas
Jair Bolsonaro foi eleito o novo Presidente do Brasil nas eleições de 2018 e assumirá o controle do Poder Executivo do Brasil a partir de 2019. Juntamente com o presidente eleito, cresce uma nova vertente na política brasileira que tem como principal base um conservadorismo com embasamento religioso.
Com isso, é possível que o novo governo crie um tipo de censura mais rigorosa a respeito de programas e novelas da televisão. O cenário, na verdade, é bem provável, considerando que esta vertente seja apoiada por Jair Bolsonaro, que é declaradamente conservador e assume posição contrária a alguns tipos de conteúdo que vem ganhando grande espaço no mundo televisivo dos últimos anos, como os voltados à comunidade LGBT e os que discutem assuntos como aborto e identidade de gênero.
Sendo assim, existe uma grande chance de que ocorram mudanças drásticas na Classificação Indicativa já para o ano que vem, graças também à Bancada Evangélica que vem articulando e criando movimentos para a aprovação de leis que sejam mais rígidas sobre esses assuntos, que impediriam que muita coisa fosse ao ar.
Uma possível barreira, no entanto, seria o juiz Sérgio Moro, que recentemente aceitou o pedido de Jair Bolsonaro para se tornar o próximo Ministro da Justiça. Conhecido por sua transparência e por seus ideais liberais, Moro se mostrou, até o momento, mais aberto aos temas citados do que todo resto da equipe do futuro presidente.
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A GUERRA FRIA DAS EMISSORAS PELA ATENÇÃO DE JAIR BOLSONARO
O governo de Jair Bolsonaro ainda não começou, mas peças já estão sendo mexidas e as emissoras de TV aberta do Brasil já estão procurando, cada qual, sua forma de chamar a atenção do presidente eleito, visando um período de 4 anos mais tranquilo (e, claro, com mais investimento).
A Record sai na frente nessa espécie de “guerra fria” estabelecida entre os canais. Além do apoio formal de Edir Macedo, presidente da emissora, ela conseguiu façanhas que suas concorrentes não chegaram perto, como o pronunciamento após o atentado que vitimou o então candidato exibido no dia e momento em que a Globo exibia o debate do primeiro turno e também a primeira entrevista já como presidente eleito. A Record tem muito a ganhar e a perder sendo a menina dos olhos de Bolsonaro, mas qual saldo será mais recorrente, apenas o tempo dirá.
Assim como a emissora da Barra Funda, a Band também se posicionou favorável a Jair Bolsonaro. Datena foi o primeiro a entrevistá-lo, ainda enquanto candidato, depois do atentado. Na última segunda, dia 05, Bolsonaro voltou ao programa, já como presidente eleito e concendeu outra entrevista, efetuada em tom moderado e com o claro propósito de apoiar sua vitória nas urnas.
O último a querer tirar uma casquinha do triunfo do capitão reformado foi Sílvio Santos. O problema foi a forma mais controversa (e direta) que o dono do SBT usou. Ao ordenar que sua direção usasse vinhetas relembrando frases da ditadura militar (“Brasil: Ame-ou ou Deixe-o), o homem do baú escolheu trilhar um caminho que mais o prejudica do que de fato o ajuda, tanto quanto ao público, que claramente rejeitou a ideia, quanto com o próprio presidente eleito, que em todos os seus pronunciamentos pós vitória tem prometido que respeitará a risca a Constituição Federal.
Correndo por fora, a maior emissora de tv aberta, Rede Globo, segue fazendo seu trabalho e também entrevistou Bolsonaro com exclusividade em algumas situações, mas em nenhum momento o apoiou claramente ou procurou chamar sua atenção.
Quem vencerá o combate, só o tempo dirá, mas uma coisa é certa: nessa guerra, quem tem mais chance de perder é o público.
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