Séries
A explosão de personagens negros em séries americanas
A cada ano que passa, mais e mais séries com personagens negros em papéis de destaque – mesmo que não sejam sempre protagonistas – são produzidas pela TV norte americana, seja ela aberta ou fechada. Entender o destaque dado a esses tipos de personagens, antes marginalizados e relegados a papéis cômicos ou coadjuvantes, é uma parte importante de entender o processo de transformação a que as séries americanas tem passado nos últimos tempos – e como isso é um reflexo claro de público e mercado.
Sim, é claro que um dos motivos para a escrita de cada vez mais personagens negros de destaque está ligada a uma questão de consciência coletiva despertada – de que essas pessoas também tem histórias para serem contadas e de que essas histórias valem a pena serem contadas como qualquer outra -, mas o principal motivo, infelizmente, continua sendo mercadológico.
A explosão de “Empire”, há 5 anos, foi a prova que as emissoras precisavam de que existe uma grande audiência negra e, principalmente, que essa audiência quer se ver representada. Em sua primeira temporada, Empire chegou a apresentar números absurdos, 2, quase 3x mais que as maiores séries americanas de drama da época. Não é absurdo julgar que, o que aconteceu, foi o fenômeno do reconhecimento – quando uma classe, até então marginalizada em representação, finalmente encontra um produto no qual ela se enxerga.
A partir daí, são incontáveis as produções surgidas com protagonistas negros – ou os personagens negros que foram inseridos ou ganharam destaque. É importante ressaltar, contudo, que esse fenômeno não começou com “Empire”, apenas explodiu. Outras séries americanas como “Scandal” e “How to Get Away With Murder” (ambas produzidas por Shonda Rhimes, importante ressaltar) já traziam em sua história protagonistas negras e fortes – e ambas eram sucessos de audiência à época.
Tal fenômeno levou Viola Davis (junto com sua fantástica atuação) a ser a primeira atriz negra a vencer o Emmy de Melhor Atriz em Série de Drama. Em um discurso poderoso, Viola sintetizou: “Você não pode vencer um Emmy por papéis que não existem.”
É bom, então, que esses papéis tenham começado a existir. Contudo, do ideal, ainda estamos muito, muito longe.
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